terça-feira, 16 de outubro de 2012

Pra sempre Beatriz.


Ando a recordar de curvas distantes,
De inesquecíveis lembranças a momentos errantes,
E hora recordo com triste pesar, hora com felicidade vibrante.

A velocidade do acontecer nunca se viu tão ágil,
De tão certo o amor, o impossível se mostrava fácil,
E o sentir continua sendo forte, mesmo estando frágil.

Em minha vida entrou sem avisar,
Nos meus braços firmou ninho, 
No meu coração um lar,
E em meu destino um caminho.
Em meio à madrugada, 
Com atitude inesperada, 
Mas repleta de carinho,
Ouvindo o tom de sua voz, 
Só fiz me declarar, me entregar... 
Beijar a rosa sem temer espinho.

E declarei como se último momento fosse,
Como escrevo agora,
Com o maior dos sentimentos ainda doce.

Do que se sucede nem tudo flor seria,
Mas onde o erro tempestade formou, 
O acerto se fez calmaria.
Nem mesmo íngreme obstáculo me parou, 
Pela primeira vez eu lhe via,
Simplesmente com a mais linda, eu ali descobri,
Que mais lindo sentimento sentia.
E para descrever momento esse,
Infinito poema necessário seria.

No brilho de seus olhos posso ver a beleza do céu,
Na maciez de seus lábios vivo o sabor do mais raro mel,
O envolvente cheiro em seu pescoço me seduz com mais fino véu,
E frente ao indecente calor que em mim seu corpo produz,
Eu me entrego como um réu.

Mas assim como outono faz inverno,
Com tempo o desgaste se revela supremo...
Não há consolo que se faça eterno
Em par nenhum, mesmo que seja moderno.

E de fato, passa ao passo,
Se vai o tempo e rompe o laço.
Alguns sentimentos por hora desfaço,
Ansiando que voltem a um coração escasso,
Por hoje me vejo presa daquilo que mais caço.
De paixão em fruto doce vivendo o bagaço.

E o mesmo se muda para não mudar
Nada está como antes era,
Mas tudo se dispões no mesmo lugar.
Já não raia o sol sobre janela.
Mesmo hélios mantendo seu caminhar.
Lua imponente e sempre bela,
Já não faz a noite iluminar.
Vejo eu, em atraso hora aquela
Que aponta o marco entre errar e acertar,
E encarno o drama da mesma novela
Temendo o medo de amar.

E com cansaço que se lança a ferir,
Toma prosa esperança restante, 
Degladeia-se com o que há por vir,
Buscando ao passado eterno amante.
E vive o que há de viver,
sendo quem é a cada instante,
Lhe dou meu dom de sonhar, 
Sonho vivo, amado e pensante.

E quão incerto o futuro será,
Não mais do que foi o passado,
Que de plano e amor vontade verá,
Que de certo ainda se acerta o que não foi acertado.

E por que você escolha do coração? 
Tão fácil seria outra em meio à multidão,
Romance simples de baixo calão,
Sentir de uma noite sentimentos em vão.
Menos dor, menos viver, menos amor,
Mas só me enfeitiça de fato uma mulher,
Que pode ser o que for
Pra mim jamais será qualquer.
Comigo a levo aonde vou,
Com ela suporto o que vier, 
Do meu arco-íris ela é a cor 
E em meu mundo é o que quiser.

E eu que fui prometer,
Que escrita mais bela escreveria,
Perto do que podemos ser,
Ainda a acho pobre poesia.

Mas tento ao escrever,
Lhe trazer toda alegria.

Mais que sorriso estampado,
Quero lhe ver feliz.
Sonho com momento aguardado 
Em que sua boca me diz:
“Só quero estar ao seu lado,
E junto a ti ser aprendiz,
Amar e ser amado,
Superando cada cicatriz”.
Nunca mude seu "eu" sagrado,
Pois é assim que sempre lhe quis,
Me orgulho em ser seu namorado,
Meu amor... 
Seja para sempre Beatriz.

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